Primeiras (segundas) impressões

Já me encontro por Minsk há cerca de duas semanas…o regresso foi um pouco difícil por duas razões. Primeiro, foi muito complicado deixar novamente a família, o namorado e os amigo após um mês repleto de carinho e novas emoções. Segundo, sabia que ia deixar o meu país à «beira mar plantado» e voltar ao leste gelado. Neste momento, lá fora devem estar aí uns 8 graus…negativos!!!!E a tendência é para piorar! Bom, sempre me posso gabar que sei o que é o Inverno, pois disseram que o ano passado estiveram -37 graus…coisa pouca!
À parte destes pormenores «insignificantes», já voltei ao trabalho na New Faces. Neste momento, estamos a concluir uns projectos no âmbito do novo programa Youth in Action da União Europeia. Entre estes projectos, temos um a realizar em Minsk sobre cidadania europeia, outro sobre «muslimphobia» a realizar em Kiev e outro sobre imigração que em principio se vai realizar em Portugal. Tem sido uma semana stressante na NF pois estes projectos são para apresentar à Comissão a 1 de Fevereiro…o que não falta muito.
Entretanto, o estágio na Universidade ainda não começou, pois neste momento os alunos encontram-se de ferias (após exames), pelo que as aulas só iniciam a 5 de Fevereiro, assim como o meu estágio. Mas relacionado com este assunto aqui vai uma história interessante:

Todos os estrangeiros que vêm para a Bielorrussia a convite da Universidade e que cá ficam por um período superior a 3 meses devem fazer uns exames médicos para poderem permanecer no território. Ate aqui tudo bem, excepto que, no meu ponto de vista, é um exagero de exames. Sem me tentar esquecer de nenhum tive que fazer análises ao sangue (incluindo HIV), urina e pulmões e ir ao seguintes médicos: oculista, ginecologista, otorrino e «nevropotolog» (não me perguntem para que serve este medico, mas basicamente bateu-me no joelho para ver os meus reflexos…muito interessante). Possivelmente fiz mais coisas mas já não me recordo. Devo dizer que o meu medico favorito foi o «nevropotolog», não só pela utilidade da intervenção, mas porque se interessou muito pelo facto de eu ser portuguesa…claro que me disse o nome de todos os jogadores de futebol portugueses e ficou muito espantado quando eu lhe disse que as mulheres em Portugal também vão à bola! A resposta dele foi «maladets», que é algo como «excelente»!
Após esta saga na «policlínica» disseram-me que passados 10 dias poderia ir levantar todos os resultados. Muito bem…cheguei lá ontem para os levantar e a «minha medica» disse-me que as analises ao sangue e urina não estavam muito perceptíveis, pelo que tinha que os fazer novamente. Claro, que a minha vontade era mandá-la abaixo de Braga (cá para mim, perderam os exames) e ir-me embora, mas como sou uma rapariga educada lá fui eu fazer as analises outra vez. Ah, sabiam que aqui as analises ao sangue não são feitas pelo braço, mas pelo dedo??? Pah, que cena agreste!!!!
Pois é, esta incursão deu para ver por dentro como funciona o sistema de saúde na Bielorrussia…sem comentários! E diz a Irina «isso é típico dos tempos da União Soviética»…não imaginam a quantidade de vezes que ouço esta frase!

De resto está tudo bem. Neste fim-de-semana tivemos mais uma jantar português-bielorrusso em casa da Olga e, como sempre, correu bem: eu fiz sopinha à tuga e eles fizeram salada se cogumelos (saborosíssima!) e salada Olivier, que é mais ou menos aquilo que nós damos o nome de salada russa.
Mais novidades, vou recomeçar a fazer desporto, pois deste que iniciei o voluntariado o único desporto que tenho feito é levantar canecas!!Eh, eh! Entrei aqui para umas aulas de natação, numa piscina à porta de casa.

Por hoje é tudo!

Do vctretschi!